Foto: Divulgação Instituto Butantan
O passeio no parque, o final de semana no
sítio ou na fazenda representam para muitos que vivem nos centros urbanos
momentos de aproximação com o meio ambiente. Mas caminhar entre árvores, fazer
trilhas e observar a natureza não traz apenas sensação de bem-estar. De acordo
com pesquisa da Universidade de Exeter, na Inglaterra, essas atividades
influenciam a saúde mental do ser humano.
Os estudos divulgados recentemente por
pesquisadores da Exeter comprovam que pessoas que vivem em bairros arborizados
e com mais aves por perto são menos propensas a desenvolverem depressão, crise
de ansiedade e estresse.
De acordo com Erika Hingst-Zaher,
pesquisadora do Museu Biológico do Instituto Butantan, responsável pelo
Observatório de aves, a desconexão com a natureza e o aumento do sedentarismo
causado pela crescente urbanização têm gerado encargos enormes e pouco
discutidos na área da saúde. “O custo dos problemas de saúde relacionados à
ansiedade e ao humor, computado por países europeus, chega a cerca de 200
bilhões de euros por ano”, afirma.
Um dos pontos mais curiosos da pesquisa da
Exeter revelou que os níveis mais baixos de depressão, estresse e ansiedade
estavam associados ao número de aves que as pessoas viam no período da tarde.
A prática de observar aves, indicada também
para as crianças, vem crescendo no mundo todo. Nos Estados Unidos, por exemplo,
são mais de 40 milhões de praticantes. “Vários estudos têm demonstrado que ao
passarinhar as pessoas aumentam a capacidade de atenção e reduzem os níveis de
estresse”, diz Erika. “Diferentes organizações do mundo vêm utilizado a
observação de aves como forma de combater nas crianças o que tem sido chamado
de transtorno de déficit de natureza.”
José Eduardo Camargo, morador de São Paulo, é
gerente de marketing em uma multinacional do ramo eletroeletrônico, e observa
aves há 10 anos. A atividade surgiu de forma natural na vida de Zé Edu, como é
conhecido entre os observadores. “Meus sogros moram em uma fazenda em Minas.
Comecei a perceber que havia muitas espécies diferentes de aves por lá.
Procurei então pesquisar os nomes em guias e na internet e fui me interessando
cada vez mais pelo assunto”, conta.
E não é preciso muito para passarinhar. “O
grande barato da observação de aves é que você não precisa ir à Amazônia ou ao
Pantanal para praticar. Dá para fazer isso na praça do seu bairro ou em um
parque público mais próximo”, diz Zé Edu.
O observador de aves garante ainda que
passarinhar traz benefícios ao dia a dia, inclusive no âmbito profissional.
“Passarinhando você aprende a usar melhor os seus sentidos, audição e visão
principalmente, a manter o foco e a reagir rapidamente a mudanças”, afirma. “Quem
já tentou acompanhar uma ave que pula rapidamente de galho em galho em meio à
vegetação sabe o que eu estou falando. E tudo isso com um sentido de recompensa
muito gratificante. Cada vez que envio a um site aves que vi em determinada
manhã, sei que estou contribuindo para a conservação.”
Fonte: http://g1.globo.com
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