Foto: ICMBio
Mais de 60% dos visitantes de
unidades de conservação (UCs) utilizam as trilhas como principal meio de
recreação, seja para alcançar uma cachoeira ou um mirante, seja como um
atrativo em si, quando o próprio passeio na trilha é o principal objetivo da visita.
Para tornar esses trajetos mais acessíveis, o Instituto Chico Mendes de
Conservação da Biodiversidade (ICMBio) acaba de aprovar, através da Portaria nº
523 (publicada na edição desta segunda-feira, 28, do Diário Oficial da União),
o Manual de Sinalização de Trilhas para Unidades de Conservação Federais.
A publicação lança as bases para
a criação de trilhas de longo curso a fim de que, a exemplo do National Trail
System dos Estados Unidos, esses caminhos ecológicos também sirvam como
conectores de paisagens entre as unidades de conservação e outras áreas. “O
propósito do manual é oferecer uma base comum para que a sinalização de trilhas
seja realizada segundo um referencial técnico unificado”, destaca Pedro
Menezes, coordenador-geral de Uso Público e Negócios do ICMBio.
Com a divulgação do manual, o
Instituto espera estabelecer uma padronização nacional, mas que também permita
uma identidade local, respeitando e valorizando as particularidades de cada UC.
Assim, todos os trajetos estão sendo sinalizados com a marca da pegada em
amarelo e preto, mas o desenho da pegada muda a depender do local da trilha,
personalizando cada caminho regional com suas próprias características.
SEGURANÇA E CONSERVAÇÃO
Ainda segundo o
coordenador-geral, uma boa sinalização é importante por duas razões principais.
A primeira, e mais óbvia, é relativa à segurança: evitar que os visitantes se
percam. A segunda tem a ver com a conservação, uma vez que a sinalização é
também uma ferramenta de manejo. “Às vezes, o caminho mais simples passa por
uma área frágil, que deve ser poupada, e isso se resolve com os instrumentos de
sinalização”, explica Menezes.
TRILHAS DE LONGO CURSO
As conhecidas pegadas amarelas e
pretas, descritas no manual, já estão sendo utilizadas nas trilhas de longo
curso que o ICMBio vem implementando ou atuando como parceiro. O Instituto está
focado na criação do Sistema Brasileiro de Trilhas de Longo Curso, no contexto
do Programa Conectividade de Paisagens – Corredores Ecológicos, em atendimento
à demanda instituída por portaria do Ministério do Meio Ambiente.
A partir das indicações da
publicação, as pegadas podem ser personalizadas de acordo com aas
características locais. É o que ocorre nos trechos das trilhas de longo curso
que passam por UCs federais. Na Reserva Extrativista Chico Mendes (AC), elas
apresentam as seringueiras; na Floresta Nacional de Canela (RS), as araucárias;
já na Trilha Transcarioca, que passa pelo Parque Nacional da Tijuca (RJ), as
pegadas trazem a imagem do Cristo Redentor.
O manual apresenta, ainda, os
tipos de sinalização de trilhas (de entrada, percurso, destino, distância
percorrida, educativa, etc), instruções para sinalização (simbologia, percursos
sobre o mesmo leito, trilhas de uso múltiplo, técnicas para aplicação da sinalização)
e conceitos básicos de planejamento de trilhas.
A proposta é que a sinalização
seja realizada de forma simples e com baixo custo, sendo acessível a qualquer
unidade. “O manual será a base para as UCs federais, mas poderá ser utilizado
por unidades estaduais e municipais que tiverem interesse e também em trilhas
que não estejam localizadas em áreas protegidas”, conclui Pedro Menezes.
Fonte: www.icmbio.gov.br
Comunicação ICMBio
(61) 2028-9280
O Manual de Sinalização de
Trilhas está disponível aqui.
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